Muitas vezes o texto foi revisto e alvo de polémica, porque sendo os blogues uma tecnologia relativamente recente, não se encontra estabilizado um corpo de conhecimentos que explicite minimamente como poderão ser utilizados eficazmente no ensino. Do mesmo pecado da juventude padece o Conectivismo que foi adoptado como teoria de aprendizagem para justificar a utilização de blogues no ensino, uma teoria inspirada no desenvolvimento da sociedade em rede, que ainda precisa de convencer muitos construtivistas de que a rede é muito mais que um suporte físico para salvar os dados.
Neste contexto, seria presunçoso pretender apresentar conclusões no final de um trabalho tão breve, mas a tarefa sugere as seguintes reflexões:
1. Frequentemente os utilizadores de blogues pensam que a maneira “correcta” de os utilizar é a “sua”, e consideram mesmo inútil a discussão com outros que não tenham experiência na área.
2. Assim foi particularmente doloroso para o blogueiro do Grupo aceitar escrever em formato de texto sobre blogues, mas vencida essa resistência observou-se que o Grupo realizou leituras pertinentes que ofereceram uma perspectiva interessante dos blogues.
3. Certamente por vezes o Grupo não terá tido uma perspectiva realista, por exemplo quando pensou no acompanhamento diário dos blogues ou na sua avaliação através dos comentários dos alunos. Realmente estes não comentam blogues disciplinares, mas sim blogues de colegas que possam retribuir-lhes. De resto, a avaliação dos blogues é das coisas mais difíceis de fazer, e este é precisamente um dos factores que limita a sua generalização no ensino.
4. Originariamente os blogues situavam-se a grande distância dos sites, porque só estes permitiam arrumar com lógica os diversos temas. Hoje, porém, apesar da apresentação das mensagens obedecer à ordem cronológica inversa (a única que o Trabalho refere), graças às tag clouds, é fácil navegar pelos temas dos blogues. Esta feature é particularmente útil nos blogues de recursos educativos, pois ensinando os alunos a utilizá-la, todos os tópicos ficam acessíveis durante todo o tempo, enquanto antes só liam as mensagens da primeira página, obrigando o professor ao trabalho de republicação dos posts antigos. Também os motores de pesquisa internos são mais fiáveis. Estas funcionalidades adquirem interesse também nos blogues construídos pelos alunos quando estes começam a apresentar um portfólio significativo.
5. Os blogues apresentam-se teoricamente como espaços privilegiados de reflexão e de aprendizagem autónoma dos alunos na rede. Porém, para serem capazes de fazer uma leitura crítica têm que saber sintetizar a informação, saber ler e interpretar os dados que se lhe apresentam, mas muitas vezes têm lacunas de tal modo graves ao nível da compreensão e da expressão escritas, que não conseguem começar a responder antes de as questões lhes serem explicadas oralmente. Tentam desesperadamente escrever como o professor lhes disse porque não sabem estruturar as frases, e obviamente os textos ficam incompreensíveis. Isto sucede com os piores alunos. Os melhores alunos têm obviamente melhores recursos linguísticos, melhores recursos escolares e poderão tirar melhor proveito dos blogues como de qualquer outra tecnologia. Seria interessante estudar em futuros trabalhos se o blogue promove uma maior equidade em termos dos resultados escolares, ou se pelo contrário será mais um factor de iniquidade escolar.
6. Escrever em texto simples permite mais facilmente fugir à verdade do que utilizando blogues, porque estes preservam um registo para memória futura. Por exemplo, no desenvolvimento deste trabalho todos os elementos se tinham comprometido à ilustração prática da utilização de blogues, como se pode confirmar aqui e nos logs do MSN. Porém, a resistência do Grupo às actividades práticas levou a que o único tema realmente desenvolvido fosse o preconceito, que a versão publicada no Moodle omite ostensivamente. Assim, se o Grupo desejar que as versões sejam semelhantes deverá copiar o texto daqui para o PDF, omitindo este último ponto ;)